"Palheiros na Costa"
I VI
Em tempos que já lá vão, Só restou a capelinha,
Gente de outro lugar, De madeira ao pé do mar,
Deixam de lavrar o chão, Onde as gentes à tardinha,
Para vir lavrar o mar. Vão à Senhora rezar.
II VII
E chamam Costa do Mar, Num mar de prata lavrado,
À costa que descobriram, Bailam barcos de outra vida,
Partem para o mar a pescar, São herdeiros do povoado,
Em barcos que construiram. Que hoje é Praia de Mira.
III VIII
Entre o mar e as doces águas, Nas tardes Quentes de Verão,
Assentaram arraais, O Toino filho do mar,
Fizeram casas de tábuas, Tira o mar o coração,
Para os meses estivais. Com a sopeira a namorar.
IV IX
Desbravando o mar e a areia, E à tardinha ao sol pôr,
Sobre a duna construíram, Batendo o vira na areia,
Uma pitoresca aldeia, A varina e o pescador,
Chamada Palheiros de Mira. Cantam a história da aldeia.
V X
Foi-se na bruma do tempo, Foi costa Palheiros de Mira,
Esse lindo povoado, Esse belo povoado,
O seu casario cinzento, Hoje é Praia de Mira,
Já faz parte do passado. Terra e Mar desse passado.
Refrão
Praia de Mira, Praia de Mira,
És uma praia tão bonita, Deixa o peixe e a maresia,
Deixa o vestido de chita, Sê princesa por um dia,
Veste a seda e vem dançar. S. João será teu par.
Memória descritiva:
A Praia de Mira era no século XIX um areal imenso e um deserto humano. Atraídos pela pesca, elementos da população, vindos de vários lugares, acabaram por adaptar-se e mais tarde fixar-se. Repartiam a sua actividade entre a faina do mar e o cultivo da terra.
O seu primeiro nome foi Costa do Mar, mas com o decorrer do tempo ficou conhecida como Palheiros de Mira. Esta designação deve-se às casas de estorno e mais tarde de madeira que foram sendo construídas sobre as dunas. Tanto as suas casas como os seus barcos foram obra de lavradores que um dia resolveram ir à pesca da sardinha.
Hoje já nada, ou quase nada, resta dessa aldeia, apenas a capelinha sobrevive.
Com esta marcha o grupo Terra e Mar pretende recriar e relembrar esse tempo. É através do figurino, da letra e da coreografia que a marcha pretende avivar a memória dos mais velhos e ensinar os mais novos (é isso que se pretende com a roupa das aguadeiras).
O traje da madrinha representa a praia vestida de princesa. As mulheres lembram com as suas saias às riscas os palheiros de ripas. O branco das suas blusas e folhos lembram a espuma do mar que em dias de ventania beijava docemente a fina e branca areia da praia. O azul das camisas dos homens faz lembrar o azul do céu e o mar companheiros de uma vida de amargura e solidão.
E diríamos como Raul Brandão: "A vida aqui não é uma mentira."
Representante: Associação de pesca desportiva da Praia de Mira
Letra: Isaura Cuco
Música: Alcino Clemente
Coreografia: João Sequeiro e Dulce Janeiro
Figurinista: Helena Leal
Costureira: Helena Leal
Padrinhos: Helena Leal e Alcino Clemente
Pares marchantes: 24
Total de participantes: 60
Porta Bandeira: Margarida Mingatos
Arcos: 9
Artesão: Vera Gabriel
Músicos: 9
Coro: Odília Milheirão, Graça Saborano e Alcino Clemente
Aguadeiras: 6
Em tempos que já lá vão, Só restou a capelinha,
Gente de outro lugar, De madeira ao pé do mar,
Deixam de lavrar o chão, Onde as gentes à tardinha,
Para vir lavrar o mar. Vão à Senhora rezar.
II VII
E chamam Costa do Mar, Num mar de prata lavrado,
À costa que descobriram, Bailam barcos de outra vida,
Partem para o mar a pescar, São herdeiros do povoado,
Em barcos que construiram. Que hoje é Praia de Mira.
III VIII
Entre o mar e as doces águas, Nas tardes Quentes de Verão,
Assentaram arraais, O Toino filho do mar,
Fizeram casas de tábuas, Tira o mar o coração,
Para os meses estivais. Com a sopeira a namorar.
IV IX
Desbravando o mar e a areia, E à tardinha ao sol pôr,
Sobre a duna construíram, Batendo o vira na areia,
Uma pitoresca aldeia, A varina e o pescador,
Chamada Palheiros de Mira. Cantam a história da aldeia.
V X
Foi-se na bruma do tempo, Foi costa Palheiros de Mira,
Esse lindo povoado, Esse belo povoado,
O seu casario cinzento, Hoje é Praia de Mira,
Já faz parte do passado. Terra e Mar desse passado.
Refrão
Praia de Mira, Praia de Mira,
És uma praia tão bonita, Deixa o peixe e a maresia,
Deixa o vestido de chita, Sê princesa por um dia,
Veste a seda e vem dançar. S. João será teu par.
Memória descritiva:
A Praia de Mira era no século XIX um areal imenso e um deserto humano. Atraídos pela pesca, elementos da população, vindos de vários lugares, acabaram por adaptar-se e mais tarde fixar-se. Repartiam a sua actividade entre a faina do mar e o cultivo da terra.
O seu primeiro nome foi Costa do Mar, mas com o decorrer do tempo ficou conhecida como Palheiros de Mira. Esta designação deve-se às casas de estorno e mais tarde de madeira que foram sendo construídas sobre as dunas. Tanto as suas casas como os seus barcos foram obra de lavradores que um dia resolveram ir à pesca da sardinha.
Hoje já nada, ou quase nada, resta dessa aldeia, apenas a capelinha sobrevive.
Com esta marcha o grupo Terra e Mar pretende recriar e relembrar esse tempo. É através do figurino, da letra e da coreografia que a marcha pretende avivar a memória dos mais velhos e ensinar os mais novos (é isso que se pretende com a roupa das aguadeiras).
O traje da madrinha representa a praia vestida de princesa. As mulheres lembram com as suas saias às riscas os palheiros de ripas. O branco das suas blusas e folhos lembram a espuma do mar que em dias de ventania beijava docemente a fina e branca areia da praia. O azul das camisas dos homens faz lembrar o azul do céu e o mar companheiros de uma vida de amargura e solidão.
E diríamos como Raul Brandão: "A vida aqui não é uma mentira."
Representante: Associação de pesca desportiva da Praia de Mira
Letra: Isaura Cuco
Música: Alcino Clemente
Coreografia: João Sequeiro e Dulce Janeiro
Figurinista: Helena Leal
Costureira: Helena Leal
Padrinhos: Helena Leal e Alcino Clemente
Pares marchantes: 24
Total de participantes: 60
Porta Bandeira: Margarida Mingatos
Arcos: 9
Artesão: Vera Gabriel
Músicos: 9
Coro: Odília Milheirão, Graça Saborano e Alcino Clemente
Aguadeiras: 6